Você era do tipo de
aluno de faculdade que preferia se esconder em seu quarto ouvindo Metallica ao
invés de estudar? Matava aula para ir ao um show do Black Sabbath? Ou dormia na
aula de matemática depois de uma longa noite de bateção de cabeça? Para
alguns alunos universitário do Reino Unido assistir e ouvir Heavy Metal será
agora o mesmo que estudar. A faculdade britânica de Nottingham (veja web site da universidade) lançou esse ano
o que parece ser o primeiro curso universitário de música Heavy Metal do mundo. Os alunos
matriculados no curso terão que estudar a história do Heavy Metal, incluindo
censura ao longo da história desse gênero ocasionalmente controverso, a genealogia
do Heavy Metal, o relacionamento do Metal com a religião e a filosofia, estudar
bandas ao vivo, composições de metal, aprenderão a lidar com os negócios envolvendo
o Heavy Metal e muito mais, tudo voltado para preparar o aluno para uma carreira na
indústria musical.
Liam Maloy, coordenador do curso, disse a BBC: “no passado o Heavy Metal não era levado a
sério e era visto com muita falta de credibilidade acadêmica quando comparado com
outros gêneros como o jazz e a musica clássica. Mas é apenas uma construção cultural”.
Maloy disse ainda que os estudos em Nottingham serão academicamente rigorosos e
serão requeridos ensaios e apresentações. O programa de dois anos que começará
em setembro, terá também composição de musica, gerenciamento financeiro e performances
de palco, no entanto não foi dito nada sobre pirotecnia e estilo de
cabelo.
“ Você pode estudar
música em Oxford, Cambridge e em todas as cidades por todo o Reino Unido mas
aqui em Nottingham nós queremos oferecer algo especial que reflita a cultura de
nossa cidade e oportunidades de emprego”. Disse Maloy ao “Telegraph”. “Heavy
Metal é um gênero musical extremamente técnico e o estudo dessa cultura e o seu
contexto é um tema acadêmico em ascensão, então estamos muito ansiosos por
estarmos na vanguarda de sua integração com a educação”.Veja aqui a grade do curso de dois anos
Os alunos que
completarem seus dois anos de estudo de Heavy Metal poderão optar em continuar
seus estudos de música e receber um certificado de graduação completo pela Nottingham
Trent University, o que tem dado credito ao programa.
André Stanley alcunha de André Luiz Ribeiro é professor e escritor; autor do livro “O Cadáver” (Editora Multifoco – 2013); É membro efetivo da Asso. Dos Historiadores e pesquisadores dos Sertões do Jacuhy desde 2004. Atua hoje como professor e pesquisador de História Cultural. Também leciona língua inglesa, idioma que domina desde a adolescência, Administra e escreve para os blogs: Blog do André Stanley (blogdoandrestanley.blogspot.com) – Sobre História, política, arte, religião, humor e assuntos diversos e Stanley Personal Teacher (stanleypersonalteacher.blogspot.com) onde da dicas de Inglês e posta exercícios para todos os níveis.
Minha opinião:
ResponderExcluirAcho interessante a criação desse programa, o Heavy Metal contemporâneo se tornou realmente muito técnico e os melhores músicos do mundo no quesito virtuosismo são representantes desse gênero. E a industria musical que sempre buscou novas formas de empurrar seus produtos goela a baixo dos consumidores teve que se render ao peso das guitarras e aos gritos guturais que caracterizam esse tipo de musica. Mas podemos notar que, com o Heavy Metal hoje no status de Mainstream, muito do que o caracterizava na sua origem se perdeu. Primeiro; porque surgiu o Heavy Metal? Era uma forma de extremar um ritmo que já havia feito seu papel de mau nas décadas de 50, 60 e 70. O Rock n’ roll já não estava dando conta da nova sociedade libertária que se desenhava com a intensificação da globalização do mercado e das idéias de total liberdade de expressão, em outras palavras o antes rebelde e mau educado rock n’ roll estava muito domesticado. O Heavy Melal surgiu justamente ai, quando algumas bandas resolveram subir um degrau a mais e se expressarem com mais ênfase, literalmente gritar para libertarem seus demônios. Se os Beatles e o Stones não podiam ir mais longe, essa tarefa agora era do Led Zeppelin e do Black Sabbath e alguns outros contemporâneos. O Heavy Metal também foi se extremando e diversas subdivisões subsequentes foram sendo criadas para rotular cada degrau de peso que uma banda subia. Em suma o Heavy Metal foi um movimento cultural mas sobretudo um grito de socorro de uma juventude que enfrentava um mundo muito mais disputado, onde a educação parecia a única forma de se ter um bom emprego e de ser bem sucedido na vida. Os metaleiros eram crianças e adolescentes que queriam dizer foda-se a esse mundo. Não quero estudar quero ouvir minha musica e gritar foda-se a todos que querem me fazer trabalhar ou estudar. Ser bem sucedido para mim é ser um artista, por isso esse movimento se tornou o mais engajado da história da musica. Um engajamento introvertido é claro, o Heavy Metal sempre foi apático politicamente falando. Não davam a mínima para o que acontecia no mundo ao seu redor, queriam se sentir bem com sigo mesmo, e nesse ínterim surgiram os problemas com drogas, álcool e coisas do gênero. O Metal esta cheio de exemplos desse mundo alucinógeno - Ozzy Osborne, Axl Rose - ainda vivos - e muitos que se foram por conta de seus vícios, Jonh Boham, Bom Scot e outros.
Ou seja o Heavy Metal em sua origem desprezava tudo que se referia a educação e ao bom comportamento. Mas como tudo no muno é tragado pela ação “demoníaca” do capitalismo, o Heavy Metal agora, assim como o rock n’ roll no passado, não mais cumpre seu papel de contestação. Estou curioso para saber o que vem em seguida.