sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Psicologa Americana Apresenta a "Cura Religiosa".


Parte desse artigo foi publicado originalmente por Paulo Lopes com o título: Livro orienta como se curar da Síndrome do Trauma Religioso


“Quando tinha 16 anos eu iniciei o que veio a ser meus quatro anos de luta contra a bulimia. Quando os sintomas começaram, eu pedi ajuda para os adultos que sabiam mais do que eu sobre como parar com comportamentos vergonhosos - O líder do estudo bíblico que eu fazia e um ministro da juventude que nos visitava. “Se você pedir qualquer coisa com fé e verdadeira crença, diziam eles: “Isto será feito’. Eu sabia que eles estavam transmitindo a palavra de Deus. Nós orávamos juntos e eu ia para casa confiante que Deus ouvia minhas preces. No entanto minhas terríveis compulsões não iam embora. No final do meu primeiro ano de faculdade eu estava tão desesperada e deprimida que tentei suicídio. O problema não era somente a bulimia. Eu fui convencida por eles que eu era um total fracasso espiritual. O departamento de aconselhamento da minha faculdade havia me oferecido uma ajuda real (o que depois eles realmente deram). Mas na minha mente naquela altura, tal ajuda não poderia concertar o problema principal: Eu era um fracasso aos olhos de Deus. Levou anos para mim entender que minha incapacidade de curar a bulimia através dos mecanismos oferecidos pelo cristianismo não era por causa da minha deficiência espiritual, mas pela deficiência da minha própria crença evangélica.”


Estas são palavras da psicologa Marlene Winell, consultora de desenvolvimento Humano em São Francisco EUA. Que é filha de missionários pentecostais. Esse background que para muitos seria propicio ao surgimento de uma fanática pregadora religiosa produziu o seu contrario. A Dra. Winell vem trabalhando nos últimos 20 anos de sua vida na “recuperação” segundo ela de pessoas sob a influencia doentia do fundamentalismo religioso, incluindo as denominações da”Assembléia de Deus” na qual ela foi criada. A Dra Winell  é autora do livro “Leaving the Fold - A Guide for Former Fundamentalists and Others Leaving their Religion” (ainda não lançado em português, que pode ser livremente traduzido como – Deixando a congregação: Um guia para ex- fundamentalistas e outros que estão deixando sua religião), e que como o nome diz serve como um guia para quem por algum motivo deixou sua fá e se encontra perdido devido ao vazio que isso pode causar. Ela é responsável pelo termo “Religious Trauma Syndrome” (RTS) (Síndrome do Trauma Religioso) que ela usa para classificar seus pacientes que sofrem de sintomas causados por lavagem cerebral praticada por religiosos fundamentalistas. Segundo a Dra Winell tais sintomas incluem ansiedade, depressão e certa degradação do convívio social. “Os ensinamentos religiosos podem causar danos sérios na saúde mental de um indivíduo”. 


Veja a definição da própria autora: 
Dra. Marlene Winell

“Síndrome de Trauma Religioso é um conjunto de sintomas e características que tendem a agir simultaneamente e que está relacionada com traumas causados por alguma religião. É o resultado de duas coisas: A imersão em uma religião controladora e o impacto secundário de viver em um grupo religioso.”

“No cristianismo fundamentalista, o indivíduo é considerado depravado e tem necessidade de salvação”, afirmou. “A mensagem central é ‘você é mau e merece morrer, porque o salário do pecado é a morte. [...] Já tive pacientes que, quando eram crianças, se sentiam perturbados diante da imagem sanguinolenta de Jesus pagando pelos pecados deles.” 

Síndrome do Trauma Religioso se manifesta em pessoas de todas as idades, mas principalmente naquelas cuja personalidade esteja em formação, as crianças. 

“As pessoas doutrinadas pelo cristianismo fundamentalista desde criança podem ser aterrorizadas por memórias de imagens do inferno e do apocalipse”, disse. “Algumas sobreviventes desse período, as quais eu prefiro chamar de ‘recuperadas’, têm flashbacks, ataques de pânicos, ou pesadelos na vida adulta, mesmo quando se libertaram das pregações teológicas.” 

Um paciente relatou seus tormentos dessa fase de sua vida: “Eu acreditava que ia para o inferno por acreditar que estava fazendo algo de muito errado. Estava completamente fora de controle. Às vezes, eu acordava no meio da noite e começava a gritar, agitando os braços, tentando me livrar do que sentia. O medo e a ansiedade tomaram conta da minha vida.” 

Winell afirmou que a recuperação de quem nasceu em uma família de fanáticos religiosos é mais difícil em relação àquele que adotou uma crença fundamentalista na vida adulta, porque não dispõe de parâmetro de comparação.

Ela disse que se livrar de uma religião é muito difícil em muitos casos porque isso significa pôr em risco um sistema de apoio composto por parentes e amigos, principalmente em relação às pessoas que nasceram em uma família de crentes fanáticos. 

Uma paciente relatou o seu caso: “Eu perdi todos os meus amigos. Eu perdi meus laços estreitos com a família. Agora estou perdendo meu país. Eu perdi muito por causa desta religião maligna, e estou indignada e triste. . . Eu tentei duramente fazer novos amigos, mas falhei miseravelmente. Eu sou muito solitária.” 

Outro paciente contou: “Minha vida estava fortemente arraigada e ancorada na religião, influenciando toda a minha visão do mundo. Meus primeiros passos fora do fundamentalismo foram assustadores, e eu tive pensamentos frequentes de suicídio. Agora isso está no passado, mas eu ainda não encontrei o meu lugar no universo”. 


Winell disse que resolveu dar o nome de "Síndrome de Trauma Religioso" ao conjunto de sintomas e características da lavagem cerebral religiosa porque assim fica mais fácil estudar e diagnosticar as pessoas que sofrem desses males. 

Ela argumentou que a nomenclatura "STR" fornece um nome e uma descrição para as pessoas afetadas pela religião, de modo que elas se sintam parte de um grupo e possam assim compartilhar suas experiências, reduzindo sua percepção de solidão e de culpa.

Por isso, Winell discorda de que a criação de termos como “recuperação de religião” e “Síndrome de Trauma Religiosa” sejam uma tentativa de ateus de patologizar as crenças religiosas. Até porque, disse, “a religião autoritária já é patológica”.

Fontes: A maior parte desse artigo foi publicado originalmente por Paulo Lopes
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André Stanley alcunha de André Luiz Ribeiro é professor e escritor; autor do livro “O Cadáver” (Editora Multifoco – 2013); É membro efetivo da Asso. Dos Historiadores e pesquisadores dos Sertões do Jacuhy desde 2004. Atua hoje como professor e pesquisador de História Cultural. Também leciona língua inglesa, idioma que domina desde a adolescência, Administra e escreve para os blogs: Blog do André Stanley (blogdoandrestanley.blogspot.com) – Sobre História, política, arte, religião, humor e assuntos diversos e Stanley Personal Teacher (stanleypersonalteacher.blogspot.com) onde da dicas de Inglês e posta exercícios para todos os níveis.

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