Você preparou sua aula detalhadamente. Sua folha de
preparação de aula parece uma receita de bolo, mostrando o passo-a-passo e que
ingrediente usar a cada momento especifico. Você fez tudo certinho, cada pingo
no “I” foi previamente calculado para que na hora da execução tudo ocorresse
bem. Uma boa preparação de aula te dá segurança, e você entra na sala de aula
como um detetive que desvendou um caso e tem toda sua ação documentada. Na sala
de aula, diante da primeira adversidade encontrada, geralmente em decorrência
de uma indisciplina de algum aluno, você se perde, pois tudo que havia planejado
já não parece aplicável.
Professores jovens podem passar por essa experiência em seu
primeiro dia de aula, mas também experientes doutores se frustram diante de situações
decepcionantes que encontram em uma sala de aula. A profissão de professor é
sem dúvida a mais frustrante que você pode escolher.
Mas se você é um jovem professor e está se preparando para
enfrentar uma sala de aula no ensino privado ou público, não desanime, pois,
uma frustração é na verdade uma forma de fazer você fixar um pouco mais os pés
no chão. É óbvio que o que nos move a escolher o magistério é geralmente uma
questão muito subjetiva que na maioria das vezes nem mesmo nós sabemos como nos
tornamos assim tão entusiastas da educação.
Muitas vezes é uma incapacidade nata de não aceitar o mundo de injustiças em que vivemos e queremos proporcionar uma boa educação às gerações futuras para que eles não cometam os mesmos erros que nós cometemos ao formar a sociedade atual. Outras vezes é a necessidade inerente e narcísica de cada um de nós de expor ao mundo nossas diretrizes ideológicas através de uma educação direcionada.
Muitas vezes é uma incapacidade nata de não aceitar o mundo de injustiças em que vivemos e queremos proporcionar uma boa educação às gerações futuras para que eles não cometam os mesmos erros que nós cometemos ao formar a sociedade atual. Outras vezes é a necessidade inerente e narcísica de cada um de nós de expor ao mundo nossas diretrizes ideológicas através de uma educação direcionada.
Ou seja, somos
levados por motivos diferentes à mesma peleja, almejando um mundo melhor através
da educação. Quando somos enviados ao campo de batalha – quase sempre sem uma
preparação efetiva – somos obrigados a encarar nossos piores demônios.
Portanto, a frustração é e sempre será a consequência mais
óbvia do processo de ensino-aprendizagem. Mas depois de algum tempo você pode
transformar sua frustração em causa e não mais efeito.
O professor deve ser sempre – se quiser tirar proveito de
sua frustração – um profissional reflexivo. A cada acerto ele deve fazer uma avaliação
subjetiva de como tudo ocorreu e adicionar isso a seu repertório de sucessos –
sempre lembrando que cada aluno, cada escola, e cada sala tem características
próprias onde uma mesma postura pode ter efeitos diferentes.
Como disse o historiador Leandro Karnal em seu mais novo
livro (Conversas com um jovem professor). “Uma aula brilhante ou uma aula fracassada devem ser analisadas. Há motivos para isso. Quanto mais você conseguir (e você poderia até pedir ajuda nesse processo aos alunos) avaliar, mais terá consciência. Saber que uma coisa não deu certo num ano não é rejeitá-la. Não existem fórmulas...”
Ou seja, quando seu plano não dá certo, deve da mesma forma avaliar tudo que deu errado e tratar sempre a situação como uma forma de aprender. Utilizar cada derrota como uma forma de atualizar e fortalecer sua técnica é a virtude mais importante de todo lutador. Portanto, a frustração só pode gerar, no professor competente, o desejo de aprimorar ainda mais sua abordagem.
Ou seja, quando seu plano não dá certo, deve da mesma forma avaliar tudo que deu errado e tratar sempre a situação como uma forma de aprender. Utilizar cada derrota como uma forma de atualizar e fortalecer sua técnica é a virtude mais importante de todo lutador. Portanto, a frustração só pode gerar, no professor competente, o desejo de aprimorar ainda mais sua abordagem.
O processo de formação dos professores geralmente não dá a
atenção necessária às adversidades com as quais os professores lidarão enquanto
estiverem em sala de aula. Por isso nosso maior trunfo é saber lidar com as
frustrações da profissão e tê-las como nossas maiores fontes de aprendizagem.
Algo deve ficar bem claro quando analisamos nossas atuações. O ser humano é corruptível e o mundo em que vivemos hoje foi o melhor que nossas sociedades conseguiram construir. Somos os seres mais instáveis que existem, portanto, não cabe a você querer construir uma sociedade ideal com a matéria-prima que temos, devemos progressivamente trabalhar para fortalecer essa matéria-prima. Nesse sentido sim, a educação tem papel fundamental.
Algo deve ficar bem claro quando analisamos nossas atuações. O ser humano é corruptível e o mundo em que vivemos hoje foi o melhor que nossas sociedades conseguiram construir. Somos os seres mais instáveis que existem, portanto, não cabe a você querer construir uma sociedade ideal com a matéria-prima que temos, devemos progressivamente trabalhar para fortalecer essa matéria-prima. Nesse sentido sim, a educação tem papel fundamental.
Ouça o áudio no
- EDITORA CONTEXTO – Conversas com um jovem professor – Dispónível em: http://editoracontexto.com.br/conversas-com-um-jovem-professor.html. Acesso em: 14 de fevereiro de 2016
- EDITORA CONTEXTO. O primeiro dia de aula de um professor: o que fazer? – Conversas com um Jovem Professor: Disponível em: http://www.editoracontexto.com.br/blog/o-primeiro-dia-de-aula-de-um-professor-o-que-fazer/?utm_campaign=shareaholic&utm_medium=facebook&utm_source=socialnetwork . Acesso em 14 de fevereiro de 2016
- BRASIL ESCOLA – A IMPORTANCIA DA FRUSTRAÇÃO – Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/frustracao.htm . Acesso em: 14 de fevereiro de 2016
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