Trabalho
apresentado à disciplina Estágio II -
espanhol do curso de Letras Universidade Federal de Alfenas - Campus
Alfenas como parte da avaliação do curso. 2018.
Introdução:
O
objetivo desse artigo é fazer um diálogo sobre o papel do professor de espanhol
na atual conjuntura. Sabemos que o ensino do espanhol nas escolas regulares
está no âmbito facultativo e por isso sabemos que um nicho de ensino de idiomas
em escolas de idiomas pode ser criado. Vamos fazer uma breve analise dos pontos
divergentes e também dos aspectos comuns aos dois tipos de profissionais e
sobre sua função como responsável pelo letramento do aluno.
O papel do professor de
espanhol em escolas de idiomas.
O
papel do professor em uma escola de idiomas passou por diversas transformações
ao longo dos anos. Quando ainda se aplicava o método tradicional os professores
desempenhavam um papel central no ensino do idioma. Hoje depois de muito se
discutir o papel do professor de língua, temos um perfil de professor mais
mediador e dialógica.
Podemos
dizer que hoje em dia, a importância do aluno no processo de
ensino-aprendizagem é fundamental, deixando ao professor o papel de guia seguro
rumo à aquisição do idioma. É como um facilitador do processo.
Esse
processo não alterou somente o papel do professor, mas também as perspectivas
dos alunos. Se antes a aprendizagem de uma língua estava baseada no
conhecimento metódico da língua e da cultura de certos países, hoje ele está
diretamente ligado a necessidade de se comunicar com o mundo. Há hoje uma
demanda internacional por pessoas com habilidades comunicativas. Portanto, o
desenvolvimento das práticas e das metodologias modernas de ensino estão
ligadas as novas demandas que estabeleceram outras metas para os estudantes.
A
própria noção de certo e errado para essa nova etapa do ensino de idiomas em
escolas livres vem sendo realinhada as novas necessidades comunicativas. Cada vez
mais, as habilidades gramaticais que buscam estabelecer regras claras e
absolutas para o uso de um idioma, estão sendo questionadas e até mesmo
suplantadas pelo estabelecimento de um fluxo comunicativo cuja função
pragmática se torna preferível. O aluno não precisa dominar as regras que regem
aquela língua, pois a priori, não se espera deles que sejam professores de
língua, mas sim usuários desta. Como não seria necessário aprender sobre
mecânica para ser um motorista.
Nesse
âmbito, a habilidade linguística mias trabalhada e praticada dentro de uma sala
de aula de um curso de idomas é a oralidade, e consequentemente a audição, já
que esse tipo de pratica implica no uso de situações contextualizadas do uso de
perguntas e respostas, onde os alunos podem praticar o uso do idioma alvo em
diversas ocorrências.
Isso
não quer dizer que as habilidades de leitura e escrita são negligenciadas, ja
que a dinâmica do trabalho internacional implica na assimilação rápida de
informações e replica-las nas suas práticas profissionais.
A
prática da conversação é preferida, nos cursos de idiomas por uma questão
pragmática de utilização do tempo, porém há momentos em que ler um e-mail
corporativo e responde-lo a altura deverá ser trazido a tona no intuito de
preparar o aluno para a aquisição hiper-rápida de informações imposta pela nova
dinâmica mundial.
O professor de espanhol em
escolas regulares de ensino
O
grande desafio para o professor de ensino de escolas regulares de ensino, é
talvez seguir as propostas curriculares estabelecidas pelo estado em um
ambiente heterogêneo. As novas demandas profissionais implicam em um maior
compromisso das escolas com a preparação do aluno para o mercado de trabalho.
Mas esse não deve ser o único foco contemplado pelos currículos escolares, pois
as relações multilaterais entre países, criam uma demanda que inclui além dos
aspectos linguísticos, a cultura e a relevância de determinada língua nas
relações internacionais construídas historicamente entre os países. Não que os
aspectos culturais não sejam relevantes para os professores de escolas de
idiomas, mas devido ao imediatismo dos planos de ensino direcionado para a
comunicação efetiva estas instituições tratam desses aspectos de forma
implícita, sem profundidade. No caso do ensino de uma língua estrangeira nas
escolas regulamentares de ensino, a cultura tem papel mais relevante. No
entanto, muito vem sendo discutido sobre o papel da cultura no ensino de
línguas e no que tange especialmente ao ensino de espanhol, temos, de acordo
com alguns teóricos, uma carência dos materiais didáticos sobre a inclusão de
aspectos culturais dos países falantes de espanhol no ensino da língua em
questão.
Muitos
livros didáticos de ensino de espanhol para brasileiros se valem de um tipo
fragmentado de inclusão cultural em seus textos e atividades. A
contextualização, que aliás, é um elemento essencial para a construção das
atividades do ensino de línguas nas escolas de idiomas, se torna rasa nas
unidades de ensino formal.
Portanto,
o professor de escolas regulares de ensino deve lidar com essa necessidade em
seu planejamento. Os parâmetros que regem a aplicação dos conteúdos básicos
para os alunos do sistema educacional brasileiro – por exemplo a OCEM, no caso
do ensino médio – são bem claros em suas definições e ao mesmo tempo dão margem
as instituições juntamente com os docentes para adequar seus planos de ensino
de acordo com a demanda local. Até mesmo o método de ensino deve ser orientado
por essas demandas. Pois o objetivo a ser atingido pode ser atingido por
caminhos diversos por comunidades diferentes.
Podemos
notar, que o ensino de espanhol está imerso em diversos elementos a serem
considerados pelo professor. A noção de que não há um método 100% eficaz na
aquisição de uma língua deve orientar cada professor que se empenhe em cumprir
seu plano de ensino.
Podemos
notar que ao contrário das escolas de idioma, o ensino regular e regrado visa a
formação do aluno, ou a criação de um currículo básico que extrapola o uso
instrumental da língua, mas também envolve sobretudo a diversidade cultural,
histórico e sociocultural que envolve a língua. No caso do espanhol é de
extrema importância nesse contexto que o aluno identifique a heterogeneidade
cultural dos países que falam esse idioma assim como sobre a influência e a
relevância desse idioma para as relações entre os homens, criando assim
sujeitos cientes de seu papel social dentro de suas comunidades e como cidadãos
do mundo.
É
nesse contexto que o próprio conceito de letramento deve ser contemplado pelo professor
de espanhol. O letramento é visto como a capacidade adquirida de ler e
escrever, mas não em um sentido apenas de decodificar palavras e estruturas
gramaticais inerentes a um idioma, mas a capacidade de fazer uso dessa
capacidade na construção da sociedade.
Nesse
sentido notamos que o letramento não é uma função exclusiva do professor de
língua, mas de todas as áreas que visão incutir no aluno as várias visões de
mundo recorrentes nos discursos. No caso do professor de línguas e no nosso
caso do professor de língua espanhola, essa função parece mais clara e direta
por temos como fonte de estudo e ferramenta didática o próprio texto. Portanto
cabe ao professor de língua estrangeira guiar seus alunos à compreensão das
formas textuais de discursos e a que, ou a quem elas sevem.
Nesse
sentido até mesmo o ensino da gramática como ponto de partida para a execução
dessas formas de discurso é válido. O objetivo a ser atingido deve, no entanto,
estar sempre a vista do professor. E o letramento como capacidade de leitura de
mundo ou de mundos deve pautar a construção dos materiais didáticos a serem
construídos para esse intuito.
Considerações finais.
Como
podemos notar, o professor de espanhol tem uma diversidade de fatores a levar
em conta na hora de estabelecer seu plano de ensino. Seja no caso de um
professor de cursos livres de idiomas ou no caso de um professor regulara de
ensino formal, é releveante que todos esses elementos estejam presentes quando
este estabelecer seu plano de ensino, mas principalmente no segundo caso, o
professor deve ter como guia seu parâmetros nacionais de ensino, mas dialogar
com os alunos de sua comunidade para incutir neles a ideia de heterogeneidade,
não somente linguística, mas sobretudo cultural e sociocultural.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
·
BRASIL. Linguagens, códigos e
suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.
·
BRASSO, Maria Irene Alicia
Molinero. REFLEXIÓN SOBRE EL PAPEL DEL
PROFESSOR DE LENGUA ESTRANJERA EM UN INSTITUTO DE IDIOMAS Y EN UN CENTRO DE
ENSEÑAZA REGULADA. São Paulo, 2005
·
MAZZARO, Daniel. O ENSINO DA
GRAMÁTICA ESPANHOLA NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO. UNIFAL,
·
SOUZA JUNIOR, A CULTURA
“DENTRO” DA LÍNGUA: ABORDAGEM DE CULTURA EM ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS. VERBUM
(ISSN 2316-3267), v. 6, n. 2, p. 52-75, fev.2017
André Stanley é escritor e professor de História, Inglês e Espanhol, autor do livro "O Cadáver", editor dos blogs: (Blog do André Stanley, Stanley Personal Teacher). Colaborador do site especializado em Heavy Metal Whiplash. Foi um dos membros fundadores da banda de Heavy Metal mineira Seven Keys. Também é fotógrafo e artista digital.
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