O
Brasil obteve vários avanços na sua legislação no que diz respeito aos direitos
humanos. Leis de proteção ao trabalhador, leis que protegem a mulher contra a violência
domestica, leis que protegem o idoso dentre muitas outras classes que sempre
foram muito desprovidas da ajuda estatal no passado. Mas retrocessos também
ocorrem. Nessa terça-feira dia 18 de junho, a Comissão de Direitos Humanos da câmara aprovou o projeto de lei que determina o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que objetivam reverter a homossexualidade, tratando-a como uma doença. Isso
dá amparo ao profissional da área de psicologia praticar um procedimento “medieval”
em um ser humano que supostamente é um doente mental e por isso deve ter seu comportamento
realinhado. Não seria algo muito estranho caso vivêssemos em um país regido
por alguma religião ortodoxa, ou se estivéssemos vivendo na antiguidade bíblica,
mas estamos falando de um Brasil laico do século XXI.
Não acredito que
essa idiotice religiosa
essa idiotice religiosa
possa ser levada a sério
por psicólogos que
por psicólogos que
prezam pela boa
conduta ética.
conduta ética.
Essa
façanha anacrônica só foi possível devido a infiltração de religiosos fundamentalistas
no cenário político nacional. Pastores evangélicos vem atuando cada vez mais no
bastidores da política, no intuito insano de realizarem suas fantasias dogmáticas.
Obvio que as conseqüências disso seriam grandiosas pra esses indivíduos loucos,
pois são eles os religiosos mais ricos desse Brasil alienado. O poder nas mãos
desses doentes seria como o atestado de que podem enriquecer a vontade usando
suas técnicas psicológicas de hipnose a alienação fazendo uma lavagem cerebral
coletiva na massa inculta dessa nação. Seria também um atestado de imbecilidade
desse país que vinha caminhando a passos lentos à uma democracia plena.
Não
acredito que essa idiotice religiosa possa ser levada a sério por psicólogos que
prezam pela boa conduta ética. Esse projeto de lei é insano como seus criadores
o são. A ética deve prevalecer acima dos preceitos religiosos. Religiosos
pregam que sua religião é guiada pela ética e pela moral, mas que ética é essa
que prega a mudança do comportamento sexual natural de um individuo como
essencial para que sua alma seja salva? O que dizer de todos aqueles homossexuais
que vivem bem com sua sexualidade, e são felizes assim. Eles também seriam
considerados doentes mentais por conta desse projeto infame.
É por isso que em uma democracia que se preze religião e política caminham em
estradas separadas. Como favorecer uma religião em detrimento de outra, se cada
cidadão tem o direito de seguir a religião que quiser ou até mesmo de não
seguir religião alguma?
Esses conservadores doentes
não conseguem ter fundamento científico
não conseguem ter fundamento científico
nem para explicar para seus filhos o
processo de fotossíntese
processo de fotossíntese
quanto mais para explicar o
comportamento sexual
de uma pessoa
comportamento sexual
de uma pessoa
Essa
corja cristã que se infiltra na política brasileira, que se julgam – baseados
em seus próprios pressupostos – os defensores da moral, guiados por dogmas medievais
que não se aplicam nem mesmo a mais conservadora sociedade desse século, querem
criar uma improvável constituição visando moldar o comportamento humano - isso deveria causar náuseas em qualquer
psicólogo que se preze. Querem uma charia, uma charia adaptada ao cristianismo
imbecilizante que pregam.
Esses
conservadores doentes não conseguem ter fundamento científico nem para explicar
para seus filhos o processo de fotossíntese quanto mais para explicar o
comportamento sexual de uma pessoa. Usam sua pseudociência para tentar
infantilmente comprovar a possibilidade da existência de uma cobra falante, de
um dilúvio mágico, de uma cura milagrosa e coisas tão absurdas que podem ser
consideradas sim insanidade mental.
Vislumbro o dia
em que alguém
surgirá com a
“cura religiosa...
em que alguém
surgirá com a
“cura religiosa...
Vislumbro
o dia em que alguém surgirá com a “cura religiosa”, pois se há fundamento para
dizer que um gay deve ser curado de seu comportamento, que não causa nenhum dano
a sociedade, não vejo porque o comportamento religioso fundamentalista não pode
ser considerado uma doença mental gravíssima e que ainda acarreta males
extremos a uma sociedade democrática.
Evidenciamos a retrocesso desse
pais a barbárie por conta
de religiosos inescrupulosos.
Foi
em 1990 a já tardia época onde a OMC (Organização Mundial da Saúde) retirou a
homossexualidade do rol das doenças. Isso baseado em muitos séculos de
pesquisas cientificas e experimentos psicológicos malsucedidos, dos quais vou citar
aqui dois que já foram publicados nesse blog (leia aqui). Na década de 1960
muitos homossexuais foram submetido (voluntariamente ou não) a uma série de experiências
que visavam reverter a atração sexual pelo mesmo sexo através da aversão aos pensamentos
homossexuais. Para isso usavam choque elétrico e injeções que causavam vomito
para causar desconforto quando esses indivíduos viam alguma imagem homossexual,
isso visava condicionar o “paciente” a relacionar o comportamento homossexual à
dor. Depois de muitos testes, os experimentos não demonstram nenhuma eficácia,
a ao invés de curar seus “pacientes” causavam danos psicológicos terríveis e irreversíveis,
e pelo menos uma morte foi registrada nesse tipo de tratamento. O tratamento que os psicólogos religiosos – um
termo tão irreal que me causa calafrios – é justamente esse, obviamente que hoje
em dia não poderão usar recursos como o choque elétrico nem injeções, mas, a bíblia
e a alienação religiosa fará esse papel. Mas as consequências para aqueles que
se submeterem a isso serão as mesmas, danos psicológicos terríveis por
suprimirem seus verdadeiros sentimentos e anseios sexuais. Outro exemplo de
tortura psicológica referente ao comportamento sexual foi levado a cabo ainda na década de 1960 pelo
psicólogo John Money que acreditava – assim como os pastores evangélicos
acreditam – que o comportamento sexual é aprendido e pode ser moldado no convívio
social do individuo. Ele propôs a família de David Reimer que havia sofrido um amputamento
peniano durante uma circuncisão malsucedida, que o garoto fosse criado como uma
menina e que fosse feita uma cirurgia de mudança de sexo. Assim foi feito, mas
como já era de se esperar o garoto cresceu brincando com bonecas e sendo
chamado de Brenda, mas seu comportamento ainda era masculino. O desfecho da história
de David é trágico, pois esse cometeu suicídio em 2004.
O
que quero dizer aqui é que a história serve para nos dizer onde erramos e a partir
de então construir um novo conceito social baseado na realidade observável e
não em um livro escrito por nômades do deserto 3000 anos atrás. E o que falar
dos supostos ex-gays que os pastores apresentam como provas, são uma visão desagradável
de uma vítima do abuso religioso. Evidenciamos a retrocesso desse país a barbárie
por conta de religiosos inescrupulosos.
Que
uma religião ou um grupo religioso não concorde com a homossexualidade de alguém, que sejam seus
membros conivente com isso, e que queiram tentar viver uma vida baseado nessa
crença é compreensível e aceitável dentro de uma democracia, agora quando estes tentam aplicar essa crença como regra
geral para todo o país, isso sim é inaceitável e mostra decadência da classe
política atual desse país.
Comentem por favor:
André Stanley alcunha de André Luiz Ribeiro é professor e escritor; autor do livro “O Cadáver” (Editora Multifoco – 2013); É membro efetivo da Asso. Dos Historiadores e pesquisadores dos Sertões do Jacuhy desde 2004. Atua hoje como professor e pesquisador de História Cultural. Também leciona língua inglesa, idioma que domina desde a adolescência, Administra e escreve para os blogs: Blog do André Stanley (blogdoandrestanley.blogspot.com) – Sobre História, política, arte, religião, humor e assuntos diversos e Stanley Personal Teacher (stanleypersonalteacher.blogspot.com) onde da dicas de Inglês e posta atividades para todos os níveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário