Nome: Escola da Vida
Nome original: School of Life
Direção: William Dear
Ano de produção: 2005
País: Canadá/EUA
A rotina de uma escola muda completamente com a
entrada de um novo professor de História. Sr. D, como ficará conhecido,
contagiará a todos com sua metodologia de ensino. Com aulas mais dinâmicas e
divertidas logo se torna o comentário da escola. Até mesmo seus colegas de
trabalho irão se afeiçoar a ele. Apenas um dedicado professor de biologia não o
verá com bons olhos.
Warner tem motivos para ver Sr. D com um certo
desprezo, pois, ele é filho de uma lenda, um sujeito que ganhou o prêmio de
professor do ano por 43 anos seguidos, e em decorrência de sua morte, escolhem
um jovem e petulante professor para substitui-lo, Sr.D.
Warner está obstinado e tem pela frente a árdua tarefa
de vencer Sr. D na corrida para levar o prêmio de professor do ano. Mas com seu
método tradicional de aulas, será facilmente repudiado pelos alunos que o
consideram, no mínimo, um chato. Esta disputa ainda se torna mais desfavorável
para Warner quando o próprio filho é um fã declarado de Sr. D.
Esta é uma comédia que pega o espectador pela emoção.
Há momentos onde as relações familiares se tornam o foco, principalmente na
relação pai e filho, onde o pai desesperadamente tenta ser o melhor pai do
mundo ao mesmo tempo, que tem como meta primordial, a conquista do prêmio que
há 43 anos pertenceu a seu pai. Seu intuito é prejudicado quando não percebe ao
ridículo que seu filho é obrigado a se submeter por esta brincadeirinha de seu
pai.
A trama vai evoluindo de forma previsível e no
decorrer dos acontecimentos, tudo que parecia que iria acontecer, realmente
acontece, e no final quando um segredo do Sr. D é revelado todos choram muito e
aprendem a lição.
Crítica:
Mais um filme que enfoca a relação professor aluno.
Desta vez não está em foco, adolescentes rebeldes que marcaram clássicos como
"Ao mestre com carinho" dentre outros. Desta vez o que conduz o filme
é a disparidade entre dois métodos de ensino, que são encarnados na disputa
entre dois professores.
Um privilegia o método tradicional onde o professor
tem seu lugar bem definido na sala de aula, e o aluno tem seu lugar e seu tempo
de falar controlados pelo professor. O outro, procura deixar o aluno a vontade
e muda totalmente a estrutura física da sala de aula fazendo os alunos se
sentarem em círculo deixando-os olhando uns nos olhos dos outros privilegiando
também o contato bilateral entre eles. Apesar dos típicos clichês do cinema
norte-americanos que acompanha todo o desenrolar da história, este filme é minimamente
pertinente ao contestar a rigidez estrutural do sistema de ensino tradicional.
E, incorporado no personagem Mr. D, é exposta uma
alternativa com mais dinamismo. Não fosse esta, uma forma eficaz na formação de
indivíduos que se enquadram no grupo dos que sabem muito, certamente é muito
eficaz na formação de indivíduos que sabem aprender por si próprios.
Logicamente que tudo isto no filme é bastante limitado pelo enredo sentimental
que foi criado.
O filme passa ileso pelas generalizações explícitas,
como: "o cara só é um bom professor porque é jovem". Na verdade Sr. D
está substituindo um velho professor que por 43 anos consecutivos foi
considerado o melhor da escola. "História é uma matéria envolvente, todo
professor de história é legal, os professores de biologia são muito
chatos". A professora que substituiu Sr. D quando este estava doente era
uma bruxa, já o professor Warner aderiu ao sistema de Sr. D.
O filme, no entanto, como todos os filmes que visam o público
adolescente, deixa uma mensagem edificante, que é na verdade uma concepção
clonada do filme "Sociedade dos poetas mortos": "Viva cada dia
como se fosse o ultimo". Não é um filme contestador no sentido social por
mostrar a visão de mundo de uma classe média americana já bem acomodada no seu
espaço como cidadãos, sendo assim, é difícil de utilizar esta obra no intuito
de se ter uma visão dinâmica da sociedade.
É, entretanto, um bom inicio de diálogo entre métodos
de ensino divergentes, e além do mais um bom entretenimento.
André Stanley é escritor e professor de História, Inglês e Espanhol, autor do livro "O Cadáver", editor dos blogs: (Blog do André Stanley, Stanley Personal Teacher). Colaborador do site especializado em Heavy Metal Whiplash. Foi um dos membros fundadores da banda de Heavy Metal mineira Seven Keys. Também é fotógrafo e artista digital.
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