quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A Festa - A narrativa fragmentada de Ivan Ângelo, e a representação caótica de seu tempo.




Capa da edição de 2007 da editora Geração



Título: A Festa
Autor (a): Ivan Ângelo
Editora: Geração
País de origem: Brasil
Lançado originalmente em: 1976
Gênero: Romance Brasileiro/Ficção



O livro "A Festa" de Ivan Ângelo, chama o leitor para participar de sua trama, pois este tem que construir a história em sua mente tendo como matéria prima uma série de narrativas intrincadas que não seguem uma linha retilínea de ações no tempo e espaço.


No entanto, não se trata de um livro onde o leitor tem que descobrir por si só o que ocorre na história, pois todas as narrativas são descritas de forma concreta, sem meios termos. Através de diversos recursos como recortes de reportagens de jornais. 


O livro que começou a ser escrito em 1963 foi interrompido devido ao golpe militar de 1964, e só veio a ser lançado em 1976, com a abertura política de Ernesto Geisel. No entanto foi justamente o período onde os censores passaram a se atentar mais para as obras literárias, pois antes disso eram os músicos da tropicalia e Chico Buarque que sofriam a maior repressão. 


O autor utilizou o recurso da fragmentação narrativa para poder passar pelo crivo da censura. Ivan Ângelo assim como outros autores desse período procurou elaborar sua crítica ao regime, não de forma implícita como era de se esperar, mas fazia uma colagem de realidades que de certa forma o redimia de assumir a criação do texto. Os romances de cunho político desse período desfrutam de alguns fatores em comum, todos possuem uma crítica social expressa muitas vezes de forma alegórica e se utilizavam de uma narrativa fragmentada


Devemos nos atentar que como Ivan Ângelo, boa parte dos romancistas do período eram jornalistas profissionais: Antonio Callado, Carlos Heitor Cony, Fernando Gabeira, Renato Pompeu, Ignácio de Loyola Brandão etc. 


A Festa é um Livro desafiador para quem gosta de romances convencionais, mas vai agradar que gosta de enxergar na literatura traços da nossa vida cotidiana. Uma existência caótica e fragmentada.

Fontes:





André Stanley alcunha de André Luiz Ribeiro é professor e escritor; autor do livro “O Cadáver” (Editora Multifoco – 2013); É membro efetivo da Asso. Dos Historiadores e pesquisadores dos Sertões do Jacuhy desde 2004. Atua hoje como professor e pesquisador de História Cultural. Também leciona língua inglesa, idioma que domina desde a adolescência, Administra e escreve para os blogs: Blog do André Stanley (blogdoandrestanley.blogspot.com) – Sobre História, política, arte, religião, humor e assuntos diversos e Stanley Personal Teacher (stanleypersonalteacher.blogspot.com) onde da dicas de Inglês e posta exercícios para todos os níveis.

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