Nome: As Horas
Nome original: The Hours
Direção: Stephen Daldry
Ano de produção: 2002
País: Reino Unido/EUA
Baseado no livro “As horas” de Michael Cunningham
Esta obra
possui uma formula peculiar de apresentar a metamorfose da mentalidade da
sociedade no decorrer do século XX até o início do XXI. Focando três
personagens de épocas diferentes Stephen Daltry contrasta o conservadorismo da
década de 40 em uma Inglaterra ainda sob influência vitoriana, a sociedade de
aparências da Los Angeles da década de 50, e a chamada sociedade dos “extremos”
que vivemos atualmente.
Clarissa,
personagem de Maryl Streep, prepara uma festa para comemorar o prêmio
recebido por seu amigo Richard. Um poeta
que vive seu inferno particular em decorrência do estado avançado de sequelas provocadas pela aids. O que liga esta personagem que vive na Nova York do início do
século XXI com Virginia Woolf, não é o simples fato de seu nome ser o mesmo que
a personagem principal do livro “Mrs. Dalloway”escrito por Woolf . A Clarissa contemporânea parece
reviver a original idealizada por woolf na década de 20, com as proporções da
nossa era de “liberdades conquistadas”.
E o personagem Richard é tido como um
simples coadjuvante, mas este esta ligado diretamente a Laura Brown, a outra
protagonista do filme. Richard Brown é o único personagem da trama mostrado em
dois momentos diferentes. É interessante quando notamos que o Richard, amigo de
Clarissa na Nova York do inicio do século XXI, é o mesmo mostrado ainda garoto
na Los Angeles dos anos 50 vivendo com a mãe e o pai uma vida que era
certamente uma “pintura” bem feita do “American way of life”. Esta trama que
intermedia as outras duas mulheres citadas acima tem como protagonista Laura
Brown que é interpretada pela ótima atriz Juliane Moore .
Laura Brown é a típica dona de casa da
década de 50. Todos os elementos foram introduzidos nesta personagem, para que
sua imagem simbolizasse a submissão feminina, mesmo sendo seu marido
indiferente a isto. É uma submissão convencional da sociedade àquela época. E é
justamente neste pano de fundo que esta fluindo o drama particular de Laura
Brown . A esposa que aos olhos do marido é perfeita, e que diante do filho
simula uma ternura incontestavelmente falsa até mesmo pelo pequeno Richard.
O
drama pessoal de Laura se torna evidente ao telespectador na belíssima cena do
beijo da protagonista em sua vizinha,
que também vem sofrendo sua mazela de não poder engravidar. Este beijo é um dos
momento altos do filme. Simboliza a quebra dos valores tradicionais daquela
sociedade. É quando a personagem deixa
transbordar seu desejo encarcerado por detrás das cortinas do estilo de vida americano.
O diretor se utiliza destas três
personagens para traçar a evolução do homossexualismo durante o século XX,
Virginia Woolf representa o início do século, com seu casamento infeliz apesar
do empenho do marido. E uma depressão que ira desencadear uma forte vontade de
acabar com sua própria vida, o que ocorre na vida real em 1941. Laura Brown encarna a
infeliz dona de casa que tem que manter seu segredo guardado de uma sociedade
que via na manutenção da boa aparência a
maior busca da vida. Compartilhava da mesma
infelicidade de sua antecessora.
Também tinha pensamentos suicidas, mas
sua educação para o servir, em detrimento do viver, sempre foi mais forte que
seu desejo mórbido, preferiu entretanto abandonar seu marido e filho em busca
de se libertar de tamanha hipocrisia.
Clarissa é uma lésbica do século XXI, que
usufrui de todas as liberdades conquistadas no decorrer deste século. Clarissa
entretanto não esta isenta de sofrimentos. O amigo homossexual que definha
vitima da aids, é seu maior pesar.
O fio condutor
que liga as três histórias, é em um primeiro momento um tanto obscuro. O
que pode dificultar o entendimento do
espectador é o fato de as três histórias surgirem na tela de forma caótica
traçando um paralelo entre as
protagonistas da trama. A base utilizada é o romance “Mrs Dalloway” escrito por
Virgínia Woolf que é interpretada no filme por Nicole Kidman. O conflito
interior Desta personagem - que é a única personagem histórica do filme -
é a inspiração para o desenrolar da
história. Casada com Leonard Woolf, Virgínia vê sua conturbada vida se
afunilando rumo ao desespero. Sua criatividade parece se esvair a cada dia. O
apego de Leonard tentando de tudo pela sua recuperação a machuca profundamente.
E o seu desejo incessante de voltar a Londres alimenta seu profundo sentimento
de cárcere. Mas o que culmina em seu ato suicida certamente será melhor esclarecido,
analisando as outras duas personagens e sua ligação com esta.
- André Stanley é escritor e professor de História, Inglês e Espanhol, autor do livro "O Cadáver", editor dos blogs: (Blog do André Stanley, Stanley Personal Teacher). Colaborador do site especializado em Heavy Metal Whiplash. Foi um dos membros fundadores da banda de Heavy Metal mineira Seven Keys. Também é fotógrafo e artista digital.
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