Esta é uma tradução livre e adaptada do artigo "10 Psycological Experiments that went horribly wrong" do site americano BRAINZ
A psicologia
como a conhecemos hoje é uma ciência relativamente nova. Podemos identificar
sua origem no final do século XIX. Desde então muitos experimentos psicológicos
vem sendo validos e éticos, permitindo que pesquisadores desenvolvam novos
tratamentos e terapias para que possamos melhorar nossa motivação e nossas
ações. Porem , houve também durante essa breve história uma série de
experiências que acabaram não trazendo os resultados esperados e até mesmo
causando danos terríveis naqueles que se submeteram a esses experimentos.
Vamos mostra
aqui 10 experimentos que fugiram ao controle de seus realizadores gerando prejuízos
as pessoas submetidas a ele e vexame na profissão.
10 - Experimentos da falsa prisão de Stanford (Stanford Priison Experiment)
Em 1971, o psicólogo
social Philip Zimbardo começou a questionar as formas como as pessoas se
comprazem com as regras sociais. Usando um grupo de alunos de uma faculdade
para realizar um experimento de duas semanas no qual eles viveriam como
prisioneiros e guardas em um falso presídio. No entanto, tendo escolhido suas
cobaias, Zimbardo atribuiu-lhes as suas funções sem seu conhecimento prévio, de
forma inesperada prendeu-os fora de suas casas. Os resultados foram
preocupantes. Simples alunos de faculdade se tornaram guardas extremamente
sádicos e outros prisioneiros se tornaram muito covardes.
Eles se tornaram
extremamente engajados nos papeis que desempenhavam. Depois de apenas seis
dias, a angustiante realidade da falsa prisão forçou Zimbardo a encerrar o
experimento antes do tempo previsto.
9- O estudo Monstro ( the monster study)
Neste estudo, conduzido em 1939 por Wendell Jonson da Universidade de Iowa, 22 crianças órfãs, 10 com gagueira, foram separadas em dois grupos iguais: um com uma terapeuta que conduziu terapia positiva elogiando o progresso das crianças e afluência na fala, o outro terapeuta da voz que abertamente castigava as crianças por qualquer erro.
O resultado mostrou que as crianças que receberam respostas negativas foram negativamente afetadas em termos de saúde mental. Mas as más noticias ainda estavam por vir. Como foi revelado mais tarde algumas crianças que não tinham problemas de fala antes do experimento passaram a ter. Em 2007 seis dos órfãos foram premiados com 950.000 dólares de indenização pelos danos emocionais que os seis meses de estudos provocaram neles.
Leia em inglês no Wikipedia
8- MK – ULTRA
A CIA executou muitos experimentos antiéticos de controle mental e psicologia sob a bandeira do projeto MK-ULTRA durante as décadas de 50 e 60. Theodore Kaczynski, conhecido como Unabomber, segundo relatos era usado como cobaia pela CIA em perturbadoras experiências, o que possivelmente contribuiu para sua instabilidade mental. Em outro caso a administração de LSD pelo especialista em armas biológicas do exército dos EUA Frank Olson é tida como responsável por uma crise de consciência, que oinspirou a declarar ao mundo sobre suas pesquisas. Mas sua morte é oficialmente dita como suicídio ao pular da janela do décimo terceiro andar do quarto de um hotel, apesar de haver fortes evidencias de que ele foi assassinado. Isso nem de longe explica os danos psicológicos causados a longo prazo que outras cobaias podem ter sofrido.
7. Elefante chapado de LSD
Em 1962, Warren
Thomas, diretor do zoológico Lincon Park na cidade de Oklahoma injetou uma dose 3000 vezes maior do que um ser humano geralmente usa, em um elefante chamado
Tusko. Foi uma tentativa de deixar o seu nome conhecido na comunidade
cientifica ao determinar se uma droga poderia induzir o “musth” – a
agressividade e alto nível de hormônios que os elefantes machos sofrem
periodicamente. A única contribuição de Thomas foi criar uma reação pública
desastrosa quando Tusko morreu quase imediatamente depois de ter um colapso
convulsivo.
6. O experimento de Milgram (Milgram Experiment)
Em 1963, na
esteira das atrocidades do holocausto, Stanley Milgram começou a testar a
hipótese de que havia algo especial em relação ao povo alemão, que os fazia
propensos a participarem de genocídios. Sob a pretensão de um experimento sobre
a aprendizagem humana, Milgram disse a membros normais do publico para fazerem
perguntas a um homem ligado a um gerador de eletro-choque que fazia tomar um
choque e a cada resposta incorreta a corrente elétrica aumentava. O homem que
tomava o choque era na verdade um ator e os choques realmente não ocorriam, mas
os participantes não sabiam disso. O que tem de terrível nisso? As pessoas
obedeciam aos comandos do pesquisador, mesmo quando o homem gritava de dor e
aparentemente agonizava e implorava por perdão.
Assista matérie em vídeo do youdtube
5. Tony LaMadrid
Muitos
esquizofrênicos medicados se matricularam em um estudo da Universidade da Califórnia que pedia a eles
que parassem de tomar seus medicamentos
em um programa que começou em 1983. O objetivo do estudo era colher informações
que permitiria aos médicos um melhor tratamento da esquizofrenia, mas ao invés
disso, as vidas de muitas das pessoas que serviram de cobaias foram destruídas,
90% deles recaíram em episódios de doença mental. Um participante, Tony
LaMadrid, pulou para a morte de um telhado seis anos depois da primeira vez que
se matriculou no estudo.
4. Poço do desespero (Pit of Despair)
O psicólogo HarryHarlow era obcecado com o conceito do amor, mas ao invés de escrever poemas
ou canções de amor, ele executou estranhos e doentios experimentos em macacos
durante os anos 70. Um dos experimentos consistia em confinar o macaco em total
isolamento em um aparelho que ele chamou de “poço do desespero” (uma câmara inexpressiva
e vazia desprovendo o animal de qualquer estimulo ou socialização) o que fez
com que suas cobaias enlouquecessem e até mesmo morreram de fome em dois casos.
Harlow ignorou as criticas de seus colegas, e sempre dizia, “Como você pode
amar macacos?” a ultima palavra era dele, no entanto, como o tratamento de suas
cobaias eram sabidamente horríveis, isso deu força ao desenvolvimento dos
direitos doas animais que acabou com esses tipos de experimentos cruéis.
Assista vídeo no youtube
3. A terceira onda (The Third Wave)
Buscando um experimento no mesmo estilo daquele realizado por Milgram citado acima, “A terceira onda” ocorreu em 1967, em uma escola de Palo Alto na Califórnia. Foi uma experiência que começou a explorar as formas pelas quais mesmo as sociedades democráticas podem ser infiltradas pelo apelo fascista. Usando uma sala de aula do colegial, o professor Ron Jones criou um sistema onde alguns alunos eram considerados membros de uma prestigiosa ordem. Os alunos mostraram uma crescente motivação para aprender, ainda que se tornaram propensos a praticas malévolas em relação àqueles que não faziam parte de sua classe. Mas preocupante ainda, é o fato desse comportamento continuar fora da sala de aula. Depois de apenas alguns dias, a experiência foi considerada fora de controle e foi cancelada. O experimento do professor Ron Jones se tornou mundiamente conhecido depois que ele relatou tudo em um livro o qual batizou de “Third wave” (A terceira onda), que em 1981 virou um filme feito para a TV, e recentemente o livro de Jones inspirou o diretor alemão Dennis Gansel em seu filme lançado em 2008 “Die Welle” (A onda)
Assista matéria a respeito no youtube
2. Terapia de aversão homossexual (Homosexual Aversion Therapy)
Na década de 1960 a homessexualide era freqüentemente descrita como doença mental, com muitos indivíduos procurando (voluntaria ou involuntariamente) uma forma de curar sua atração sexual pelo mesmo sexo. Terapias experimentais na época incluíam terapia por aversão – onde imagens homossexuais eram colocadas com coisas como choques elétricos e injeções que causavam vomito. A idéia era de que o paciente associaria a dor com a homossexualidade. Esse tipo de intervenção foi muito bem retratada no filme Clockwork Orange (Laranja Mecânica) de Stanley Kubrick, onde o protagonista do filme Alex (Malcolm McDowell) é submetido a um tratamento similar.
Ao invés de curar a homossexualidade, esses experimentos danificavam profundamente a pessoa psicologicamente falando, com pelo menos uma morte registrada nesse tipo de tratamento depois de o paciente ter entrado em coma.
1. David Reimer
Em 1966 quando David Reimer tinha 8 meses de idade, sua circuncisão foi mal feita e ele perdeu o pênis durante o procedimento. O psicólogo John Money sugeriu que o bebe David se submetesse a uma cirurgia de mudança de sexo. Seus pais concordaram, mas o que eles não sabiam era que Money secretamente queria usar David como parte de uma experiência para provar seu ponto de vista onde a identidade de gênero não era inata, mas determinada pela natureza e pela criação. David recebeu outro nome “Brenda” e foi cirurgicamente alterada para ter uma vagina, e lhe foi administrado suplementos hormonais – mas tragicamente o experimento sofreu um revés. “Brenda” agia com o estereotipo de um garoto por toda sua infância, e sua família começou a desmoronar. Aos 14 anos, Brenda ouviu a verdade, e decidiu voltar a ser David. Ele cometeu suicídio em 2004 com a idade de 38 anos.
Minha opinião:
ResponderExcluirEsses casos descritos acima, demonstram o quanto o ser humano desconhece a si próprio. Mentes inescrupulosas se apoderam de um status cientifico para realizar experiencias sinistras que, vez ou outra causam males irreversíveis naqueles que se submetem a a isso. No final podemos notar que é sempre uma questão de narcisismo cientifico, um psicologo quer ter o seu nome na história como a pessoa que descobriu como tal mecanismo do nosso comportamento funciona. Mas temos que nos atentar ao fato de que não estamos falando de algo que podemos nos dar o luxo de erar com a mesma frequência em que se mede a durabilidade de um tecido para ver se é resistente o bastante. Falamos de seres humanos e daquilo que mais o destaca no mundo animal, sua vida social. Esses cientistas descritos acima de uma foma ou de outra fizeram seus experimentos usando o que tinham de disponível em suas respectivas épocas. Hoje parece impensável aprisionar uma macaco e deixa-lo solitário até a morte para descobrirmos o quanto podemos viver sem socialização. Mas o que mais me preocupa é quando analisamos a sociedade brasileira atual e notamos que mesmo com todas esses vexames científicos, temos imbecis que defendem coisas como por exemplo, a cura da homossexualidade e que a sexualidade é fruto do meio e da criação da pessoa e não tem nada ver com genética. Os dois últimos casos tiveram resultados trágicos o bastante para notarmos que nossos conceitos não depende de nossas crenças pessoais mas sim de como nos relacionamos com os outros. Quando pessoas recebem estímulos de dor para deixar de sentirem atração homossexual não só provou ser ineficiente em seu objetivo como provou ser insano. O caso de David Reimer também ilustra bem que não é simplesmente escolher que nossos filhos sejam homem ou mulher ou heterossexual ou o que quer que seja, é sobretudo deixa-los viver sua sexualidade plenamente sem bizarras interferências psicológicas. Critíco aqui os pastores insanos que pregam sem nenhum fundamento cientifico coisas que já são mais do que comprovadas. Rebatem a ciência com um velho livro que não acrescenta nada de bom na vida de ninguém a não ser na vida deles prosópios que usam o temor a deus para se enriquecerem.