domingo, 5 de maio de 2013

Plano de Aula Sobre a Revolução Cubana-proposta para um melhor relacionamento professor-aluno.



Proposta para um melhor relacionamento professor-aluno Observações extra-aula.


Observar o dinamismo cultural da classe: dando voz às minorias

As observações que o professor faz na sala em que esta aplicando a matéria faz parte da estratégia de conhecer o perfil dos alunos com os quais vai trabalhar. Acho imprescindível que o educador descubra uma forma cordial de relacionamento com os alunos. Neste processo é importante mais ouvir o aluno, do que propriamente falar, por isso o papel inicial do professor na sala de aula é buscar fazer com que o aluno fale sobre ele próprio e observe como estes se manifestam , levando em consideração a opinião do aluno sobre temas aleatórios e também a forma como este se expressa, conferindo o linguajar, a capacidade de inter-relacionamento com os colegas de classe dentre outros detalhes. Esta é talvez a parte mais difícil do processo de inter-relacionamento entre professor aluno, pois o professor deve de antemão estar associado aos vários tipos urbanos que encontramos em uma sala de aula. Devemos levar em consideração que o perfil de uma classe é a soma dos vários perfis dos indivíduos que a formam. Estes perfis individuais por sua vez foram forjados nas relações sociais que lhes são pertinentes. 

A família é a formadora primordial do perfil do indivíduo, porém em uma oitava série, que é o nosso caso, estes indivíduos já estão fortemente inseridos na vida social de sua comunidade, o que lhes dá uma certa autonomia em relação à educação familiar. Portanto os indivíduos com os quais iremos trabalhar possuem uma vida social ativa, e muitas vezes integram um movimento cultural pertinente a sua idade e a sua vocação pessoal. Esses movimentos culturais são na maioria das vezes flexíveis, ou seja não atuam como um grupo defensor de uma ideologia, como os "punks" e os góticos por exemplo. Entretanto existem movimentos culturais que atuam como verdadeiros estilos de vida distintos, e algumas vezes são tão radicais que excluem os outros movimentos culturais, como por exemplo os "headbangers".


Chamarei estes movimentos culturais de tribos urbanas, porém em cidades do interior, como é o caso aqui, estes grupos mais inflexíveis são minorias, e temos também estudantes das áreas urbanas que forma um grupo a parte, com uma certa homogeneidade, o que também se constituirão para este trabalho em uma tribo urbana distinta das outras, ( esta classificação é apenas metodológica, não devemos leva-la ao pé da letra, pois sabemos que um indivíduo sempre será um indivíduo único seja em qualquer grupo que esteja ele inserido ). Um professor que esteja realmente interessado em se relacionar bem com seus alunos deve estar bem informado em relação a estas tribos urbanas e aos movimentos culturais que existem na comunidade em que atua. 

Conhecer as características básicas destes movimentos se constitui em um instrumento de grande valor para o relacionamento professor-aluno, dando ao professor uma idéia do perfil de cada classe que irá atuar. É óbvio que este processo de conhecer o aluno e por sua vez traçar o perfil de cada classe, nunca será completo, sendo assim, a cada aula o professor deve ser um observador aguçado de seus alunos e tirar o melhor proveito possível de cada situação que vier a surgir durante as aulas, sendo necessário para isto um acompanhamento a longo prazo entre o professor e tais alunos. 





As tribos urbanas neste complemento teórico podem ser definidas como movimentos culturais que se distinguem uns dos outros pelo seu linguajar, vestimentas, formas de expressão, artística ou política, e ideologias. Ou seja são modos de vida distintos que convivem dentro de uma mesma sociedade. Possuem traços culturais próprios, e surgiram em momentos históricos, e regiões geográficas distintas. Alguns exemplos: Headbangers, Punks, Góticos, Rapers, Cowboys, Emos, etc.

Numa sala de aula do século XXI, mesmo no interior, podemos encontrar no mínimo um desses elementos citados acima, ou nenhum. Por isso esta proposta se aplica apenas as cidades com um certo grau de urbanização onde estes movimentos são capazes de se expressar. Neste sentido a sala de aula é uma reprodução em pequena escala da sociedade. Sendo assim, estas tribos urbanas mais distintas do restante da sociedade serão sempre minoria, o que pode dar a estes indivíduos a alcunha de serem no mínimo exóticos. Serão portanto, também a minoria em sala. Esta percepção nos ajudará a não cometer alguma possível exclusão relativa a algum aluno que não interage com os outros. 

Praticando o inter-relacionamento entre alunos e entre professor e alunos:

Ao conhecermos as práticas culturais pertinentes às tribos urbanas que iremos encontrar dentro de uma sala de aula podemos atuar como meio para buscar tirar do aluno sua melhor forma de se expressar, dentre estas formas de expressão podemos utilizar desde uma música que tais alunos estejam familiarizados, até mesmo uma encenação teatral para levar até eles o conteúdo da matéria a ser trabalhada com eles. Independente de serem membros de uma tribo urbana ou não, sempre podemos notar um bom desenhista, um pretenso poeta, um aspirante a músico, ou até mesmo um ator. Estes são talentos individuais que devem ser explorados pelo professor, pois são formas de expressões tão legitimas quanto a própria fala, as vezes muitos nem conseguem através da fala serem tão bem expressivos quanto através de um poema ou uma música, ou uma pintura. 



Objetivos: 

O objetivo destas observações, é ganhar a atenção do aluno se mostrando interessado em conhecer o seu mundo, que constitui sobretudo sua identidade, tomando cuidado para não deixar nenhum traço pejorativo no relacionamento entre estes indivíduos. Este conhecimento permite fazer com que o aluno se interesse pela aula, pois ele verá que sua identidade cultural esta sendo respeitada pelo professor. Em síntese o que proponho aqui é tirar do professor o papel tradicional de mestre que esta sempre acima dos educandos. O professor ao interagir com os modos de vida de seus educandos se torna mais um membro da sala, que tem por sua vez o papel fundamental de guiar estes diversos indivíduos para a construção daquilo que se propõe a ensinar. Isto implica obviamente em uma maior responsabilidade social, ou seja o preparo do professor não deve ser pertinente apenas ao seu conhecimento teórico sobre a disciplina que aplica, mas também a sua capacidade de inter-relacionamento com aqueles que pretende ensinar. 


Plano de Aula:


Plano de aula

Escolaridade: 8° série 
Tema: História da América 
Título da aula: A Revolução Cubana
Duração da Aula: Em aberto
Descrição e Objetivos do Conteúdo:


A Revolução Cubana é ainda um acontecimento recente e por isso muitos de seus principais personagens ainda se encontram vivos e atuantes, e ainda são assuntos em voga nos telejornais e na mídia de uma forma geral. O que de certa forma pode ser um elemento a ser explorado pelo professor. O recente afastamento do Presidente Fidel Castro, que se encontrava no poder desde 1959, gerou uma série de artigos de jornais e revistas especializadas, que especulam, com será Cuba depois de Fidel. Sendo, assim de certa forma a Revolução Cubana, que segundo o próprio Fidel ainda não acabou, esta preste a ter um desfecho no período histórico que estamos vivendo. Não cabe a minha pessoa vislumbrar um desfecho de algo que ainda esta por vir, entretanto Cuba esta inserida em um emaranhado de opiniões paradoxais, e contradições internas que me permitirá trabalhar a subjetividade dos alunos. 

Método de Aprendizagem: 

Em todas as aulas de história creio ser de grande importância a utilização de um mapa da região sobre a qual se esteja trabalhando. Nesse caso eu utilizarei um mapa político do mundo, pois apesar de estar trabalhando com um acontecimento da América Latina, poderei precisar conceitualizar algumas noções em âmbito mundial , como por exemplo a influencia política da URSS em Cuba ou os as intrigas pertinentes à Guerra Fria, da qual este país se tornou uma vitrine para a América Latina.

Como introdução para a aula eu creio ser de grande importância que os alunos estejam familiarizados com os seguintes conceitos: “Revolução”, “Capitalismo”, “Socialismo”, “Guerra Fria”, “Embargo econômico” e “Mitos históricos” . Mesmo que eu leve uma aula inteira para explicar este termos de forma objetiva, não poderei passar em frente sem me certificar de que os alunos estejam dominado tais conceitos. Sendo assim me utilizarei do método tradicional de explicar estes conceitos no quadro e pedir que respondam algumas questões ao final da aula. Será um questionário valendo talvez 2 pontos na média do bimestre, individual e sem consulta. As perguntas serão objetivas. Avaliando as respostas poderei ter uma noção de suas dificuldades ou a falta de dificuldades, sendo necessário apenas uma breve explicação caso seja necessário. 

Gastando um aula inteira para tal intuito poderei tratar na aula seguinte do processo de revolução propriamente dito. Não pretendo utilizar o livro didático para este tema pois creio que a imensa quantidade de artigos da imprensa televisiva e escrita serão mais pertinentes para criar uma visão crítica do assunto nos alunos. É inegável que a figura mitológica de Che Guevara imortalizado na foto de Alberto Korda esta mais fortemente enraizada na mente destes adolescentes de oitava série do que a própria revolução em si. É por isso que começarei a abordar o tema me utilizando desta foto para chamar a atenção dos alunos. Ao verem a foto de Che imponente, quase uma imagem sacra, poderemos até conseguir alguns comentários como: “ É o cara que o Maradona tem tatuado no braço!” , algum outro pode dizer: “ O Mike Tison tem esse rosto na costela, ele é lutador de boxe?” Se surgirem comentários assim , mesmo que para nós seja um tanto hilário, é uma grande forma de chamar a atenção para como o Mito Che Guevara se expandiu mundo afora. 

Esta figura será apenas um elemento de introdução par o tema “Revolução Cubana”. Quando Che Guevara surgir na cronologia das explicações tentarei mostrar a eles o Che guerrilheiro, e ser humano, longe das camisetas de grife e das tatuagens em que ele foi convertido. Ou seja o Che humano que escolheu a luta armada, em nome de um ideal.

Dividirei a aula nos seguintes tópicos:

- A independência de Cuba e os interesse comerciais dos EUA na Ilha: Explicação rápida da guerra de independência com a Espanha, e a intervenção norte-americana no conflito. 

- Cuba independente sob influencia direta dos EUA. 

- A insatisfação da população com o novo governo e a formação da guerrilha de Fidel Castro.

- Os revolucionários tomam o poder

- Cuba no centro da Guerra Fria: Neste tópico traçarei como o novo governo se alinhará ao socialismo Soviético, causando o descontentamento dos EUA, o que levou ao embargo econômico de Cuba. 

Forma de Avaliação do aluno: 

Além da avaliação já citada no tópico anterior, buscarei criar um debate em sala de aula, que como já expliquei a divergência de pensamentos é pertinente ao tema. Irei propor aos alunos que formem dois grupos, um ficará a cargo de avaliar o regime cubano e identificar 10 características que gostariam que fossem introduzidos no Brasil . O Outro grupo por sua vez ficará a cargo de identificar 10 problemas no regime de Fidel que faz com que o Brasil seja melhor do que Cuba. Pedirei a eles que pesquisem em jornais, revistas, internet, e na falta de tudo isso, poderão perguntar aos pais, aos outros professores, ou a quem quer seja a este respeito contanto que na aula previamente marcada tragam a tarefa para sala de aula. Na sala de aula dividirei a sala onde um representante escolhido por cada grupo irá expor suas respostas. Após a exposição das respostas irei intervir de modo a problematizar a situação colocando questões que os instiguem a usar suas respostas de modo a faze-los concordar ou não com o que eles próprios encontraram. No final eu colocarei um pergunta objetiva onde todos deverão responder individualmente em escrito. Poderia avaliar a participação destes alunos de 0 a 5 pontos, porém como as respostas serão subjetivas considerarei somente a coerência das respostas e não a opinião do aluno, pois não terei critérios para isso.

Essa Proposta foi elabora por mim como parte do processo de melhor relacionamento entre professor aluno. Durante a aula de pratica pedagógica no curso de licenciatura em História, gostaria de receber algum feedback de outros professores....



André Stanley alcunha de André Luiz Ribeiro é professor e escritor; autor do livro “O Cadáver” (Editora Multifoco – 2013); É membro efetivo da Asso. Dos Historiadores e pesquisadores dos Sertões do Jacuhy desde 2004. Atua hoje como professor e pesquisador de História Cultural. Também leciona língua inglesa, idioma que domina desde a adolescência, Administra e escreve para os blogs: Blog do André Stanley (blogdoandrestanley.blogspot.com) – Sobre História, política, arte, religião, humor e assuntos diversos e Stanley Personal Teacher (stanleypersonalteacher.blogspot.com) onde da dicas de Inglês e posta exercícios para todos os níveis.

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