Lam Chun-fai um mestre de um estilo de arte-marcial chamada "Hung Kuen"- um estilo de kung fu praticado no sul da China” – é o primeiro mestre
dessa arte a publicar um manual dessa luta em uma língua ocidental, no caso o
inglês. Hung Kuen é na verdade uma técnica secreta que vem sendo guardada a sete
chaves há tempos, e vinha sendo até então transmitida oralmente apenas à discípulos
muito confiáveis. A simples noticia do lançamento desse manual gerou uma grande
empolgação entre os simpatizantes do Kung-fu por toda a Europa e EUA.
Mas o que faria o Mestre Lam Chum revelar esse segredo? Segundo ele o Kung-fu
vem sofrendo um declínio em Hong Kong, onde ele reside. A juventude de hoje esta
obcecada por jogos de internet, redes sócias, youtube e outras coisas do gênero.
Isso faz com que eles não tenham tempo de se aplicar em um tipo de arte tão
complexa como a pratica de artes marciais. Para salvar seu conhecimento da
extinção Mestre Lam está disposto a divulgar segredos e técnicas de luta para
os estrangeiros.
As técnicas do Mestre Lam obviamente serão bem vindas à
America, pois as artes marciais na terra do tio San nunca estiveram tão em
alta. É comum ver nas bancas de jornais
publicações com títulos como: “Inside Kung Fu,”(por dentro do Kung-fu)
“Martial Arts Experts,”(especialistas em artes-marcias) “Black Belt,”(faixa
preta) “Official Karate,” (karatê oficial)“Dojo” e muitas outras.
Na TV as artes marciais mostram sua força através de propagandas
com celebridades. Isso sem contar o potencial hollywoodiano que esse tipo de
luta sempre teve. É claro que muita coisa mudou desde que Bruce Lee meio que introduziu
esse gênero de luta no continente americano. Mas para o mundo globalizado que
se desenha hoje o mais importante é que Mr. Lee também criou um novo gênero cinematográfico
que hoje é intensamente explorado pelos produtores de Hollywood.
Leia matéria em inglês na New America Media
Minha opinião: Não me surpreende que mestres de artes
marciais contemporâneos abram mão de suas tradições milenares de passar de
Mestre à discípulos seus conhecimentos que da mesma forma foram adquiridos por
seus antigos mestres. O mundo hoje cada vez menos suporta esse tipo de prática.
A globalização é um golpe sujo para aqueles que ainda tem na suas tradições
regionais uma forma de identidade. O Mestre Lam na minha opinião não é um
perdedor, como muitos de seus conterrâneo nacionalistas podem estar o chamando agora,
mas sim um homem pragmático e muito lógico. Não como deter essa avalanche de
informações e tecnologia que temos hoje, e ate a possibilidade de seu
conhecimento se perder para sempre e poder ser continuado e obviamente
deturpado por algum figurão de Hollywood, ele optou pela segundo opção, já que
em se perdendo esse conhecimento, não é somente uma técnica de arte marcial que
se perde, mas uma pratica cultural que pode explicar muito da memória de um
povo – no caso os chineses sulistas – e também da memória coletiva da
humanidade.
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